Se tem uma coisa que eu pratico e ensino em todos os nossos cursos e workshops, é a importância do backup. Cada fotógrafo tem seu sistema, mas o conceito básico de um bom backup é simples, e parte da mesma premissa que nos faz levar ao menos duas câmeras em qualquer trabalho: Em caso de problemas, quem tem um, não tem nenhum.
A importância de manter backup em localidades diferentes
Na situação ideal, você terá sempre pelo menos duas cópias do arquivo, em localidades distintas. Não adianta chegar em casa, copiar as fotos para o seu computador, e pensar “estou seguro” porque afinal de contas, elas ainda estão no cartão SD e agora também, no computador.
Isso porque há inúmeras situações em que isso não será o suficiente. Embora as fotos estejam a salvo de uma possível pane no hd, ou no cartão neste momento, elas ainda correm muitos riscos: E se você for assaltado e levarem a câmera e o computador? Ou tiver que lidar com um incêndio, ou enchente?
Acredite: Fotógrafos lidam com um grande volume de dados em seu trabalho. Pode não acontecer nunca com um usuário comum, mas provavelmente acontecerá com um todo heavy user: um dia, algum dispositivo, hd ou cartão de memória, irá lhe deixar na mão. Quando, é apenas questão de tempo.
A solução que adotei para deixar meus arquivos na Nuvem: Dropbox
A solução para isto, hoje em dia, costuma ser simples: Internet de qualidade, e a assinatura de um bom serviço de backup na Nuvem. Particularmente, recomendo o Dropbox. Uso o serviço deles há cerca de 5 anos, e perdi a conta de quantas vezes ele me salvou a vida, seja por fornecer um backup de cliente, seja por fornecer acesso aos meus arquivos remotamente em um momento em que eu estava longe do PC.
No ano passado, no momento da renovação anual, cheguei a pesquisar os concorrentes, Google Drive e OneDrive da Microsoft, mas apesar dos valores levemente inferiores, concluí que o Dropbox ainda é o mais rápido no download e upload de arquivos. Então foi por ele que optei e não me arrependi.
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Pane?! Sim, HDs param, as vezes do nada! E cartões pifam!
Trabalhei muitos anos em áreas ligadas à informática, e devo ter visto durante este tempo, ao menos 5 discos rígidos que deram adeus sem aviso prévio: simplesmente pararam de funcionar. Recuperar arquivos desses discos geralmente é possível, mas muito caro! Também já vi cartões de memória pararem de funcionar de um minuto para outro diversas vezes. Basta conversar com profissionais de TI ou Fotografia pra ver que nem é tão raro assim. Melhor se prevenir!
Meu Workflow de importação de imagens e backup
Assim que chegamos, descarregamos os nossos cartões (dependendo da locação e do trabalho, fazemos até um backup no próprio cliente). Tenho uma pasta no meu computador, já localizada dentro da minha pasta de arquivos sincronizados com o Dropbox, chamada RAWs de Entrada.
Dentro desta pasta RAWs de Entrada, crio pastas para os clientes de acordo com a necessidade. Com isso, assim que os arquivos são copiados do cartão para o meu computador, já começam a ser sincronizados, e com o link de 100 mb que temos, em poucos minutos possuem uma cópia online no nosso Dropbox. A partir de então, respiro mais tranquilo.
Converter para DNG
Como o formato RAW de cada câmera é proprietário, nunca se sabe por quanto tempo os fabricantes manterão a compatibilidade com esses arquivos. Então, ao invés de simplesmente importar o arquivo para o Lightroom, eu faço uma cópia dos arquivos RAW em formato DNG, desta vez para uma pasta organizada de acordo com o tipo de serviço e o nome do cliente – por exemplo, C:\Dropbbox\Gastronomia\RestauranteXYZ\CardapioVerao2019.
Todas as pastas do meu HD, tirando a instalação do Windows, estão dentro da minha pasta do Drobpbox e são portanto, constantemente backupeadas online. Os RAWS são futuramente apagados, mas como regra de segurança, apenas depois que o trabalho é entregue ao cliente. Já os arquivos DNG eu mantenho de forma permanente no meu Dropbox e em HD’s externos depois que o trabalho é concluído.
Ao importar os arquivos, uso uma configuração no Lightroom para renomeação dos arquivos que aprendi com um grande mestre, Clício Barroso: Além de um texto personalizado, minha imagem recebe uma numeração exclusiva e ainda a data do dia da importação. Com isso, eu jamais terei arquivos diferentes com o mesmo nome, o que é fundamental para evitar perda de arquivos. Parece bobagem, mas já vi isso virar o terror de muito fotógrafo. E ainda será fácil buscar as imagens por data em qualquer gerenciador de arquivos. Segue uma imagem da configuração personalizada que uso na importação do Lightroom:
Além disso, uso alguns presets de importação, que criei para cada lente específica que temos, corrigindo distorções, aberrações cromáticas, e eventualmente algum outro efeito complementar. Falarei mais sobre esta parte num futuro post.
Uma última dica importante: NUNCA mover arquivos.
Minha última dica importante do dia é: A não ser que você já possua backup em outra localização, nunca mova os arquivos. Prefira sempre copiá-los primeiro, e apagar a pasta original depois. Isso porque, se houver algum problema, por exemplo, uma queda de energia durante a cópia dos arquivos, muito provavelmente não haverá perda, mas se isso acontecer durante o processo de mover arquivos, prepare-se para ter más notícias. Sei que são alguns cliques a mais, mas falo por experiência própria: Já perdi arquivos movendo durante uma queda súbita de energia, e já fui salvo de perder arquivos na mesma situação por estar copiando ao invés de movê-los.
E agora a cereja do bolo: usando este backup para fidelizar clientes!
Quando fechamos com um novo cliente, já deixo claro para ele desde o início: Eu sempre terei backup das fotos dele! Sempre!
Embora muitos fotógrafos apaguem as fotos de clientes depois de um determinado período (geralmente entre 5 a 10 anos), eu prefiro me resguardar legalmente, e ainda poder oferecer um mimo extra aos meus clientes: um backup permanente. O custo é relativamente baixo, e nada fideliza mais um cliente do que ele te procurar depois de 1, 2, as vezes 5 anos em busca daquelas fotos maravilhosas e poder recuperar os arquivos que julgava ter perdido!
Acaba de acontecer novamente: Uma cliente, que fez um trabalho grande conosco há cerca de 2 anos, me procurou dizendo que o computador em que as fotos estavam pifou e ela havia perdido os arquivos. Não demorou nem 5 minutos, eu já tinha enviado a ela o link para que ela pudesse baixar todos os arquivos novamente, ela comemorou feliz da vida a recuperação das imagens, elogiou nosso profissionalismo, e nos convidou para fotografar outro imóvel que ela está terminando de construir!